quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Quem somos nós!?

09 de janeiro de 2007, 20:53hs



Estou ouvindo algo como sempre. Desta vez é "A conversation in the train" do album "Green Glass" do ótimo Tim Story.
É impressionante como eu gosto do estilo de música que êle faz. É tão calma, suave e instigante. Me faz muito bem.
Sou privilegiado por poder ouvir estas obras de arte. Eu agradeço e aproveito.

Sim, eu aproveito e busco meu proveito nas minhas buscas e vivências nesta oportunidade que me foi dada. Sou muito feliz com o que sou e com o que posso ser.
Mas o que é que eu posso ser nesta vida? Qualquer coisa que eu quizer?
Vamos ficar apenas com o extremo positivo.
Posso ser desde um atleta olímpico até um grande violinista, passando por um grande cientista ou um grande estadista? Acredito que sim, mas desde que começasse desde bem pequeno a ser educado e criado (ou habituado!!) a se comportar como tal e a aprender tudo que fosse necessário.
Acho que temos essa capacidade, mas também acho que dependemos de outros que estão à nossa volta quando somos pequenos e incapazes de sobreviver sózinhos.
Dependemos de nossas famílias e nossos professores até uma certa idade, digamos 15 anos só para termos uma premissa. A partir daí, poderíamos seguir por nossa conta em nosso desenvolvimento como ser humano.
Para onde iríamos seguir em nosso desenvolvimento? No que estamos interessados? De que somos capazes? São tantas as possibilidades que podemos facilmente ficar indecisos.
E é isso que acontece com a maioria de nós. Não sabemos bem o que escolher, o que buscar, que acabamos indo numa direção média da maioria.
Poucos são aqueles que conseguem seguir um caminho diferente daquele ditado pelo senso comum: escola, mais escola, faculdade, emprego, família, filhos, mais trabalho, ..., fim do trabalho, fim..., ou recomeço.

Não que seja um caminho errado, mas não é tão consciente assim, não é!? Mesmo assim, alguns de nós consegue "dar certo", ser "feliz", "ser bem sucedido", mesmo seguindo o caminho médio, tradicional, meio às cegas.

Por outro lado, é tão difícil de seguir um caminho diferente desse que é até difícil de pensar em alternativas.
Talvez alguns artistas, os religiosos verdadeiros e alguns desajustados, marginais da sociedade tenham tentado percorrer caminhos alternativos.
O que eles teriam em comum? Idealismo, força de vontade, forte motivação, visão clara do objetivo, vocação, forte crença em seus sentimentos, sua intuição?
São aspectos humanos que reconhecemos e já tomamos contacto em maior ou menor gráu, mas que não os usamos na plenitude que poderíamos.
Essas poucas pessoas acreditam num ideal (como se diz de maneira simplificada) e o buscam com uma persistência, força de vontade e uma
forte consciência de seu caminho a seguir.
De onde vem isso, meu Deus. Se eles têm, todos temos!
Por que para eles é tão claro, ou tão motivante? Parece que eles estão mais focados nos seus atos, no seu ser. Têm mais consciência de si mesmos, de suas características físicas, psicológicas, suas emoções, seus sentimentos, seus mêdos e desejos.
Parecem estar mais acordados na vida. Estão vendo melhor os caminhos a serem seguidos, as oportunidades que surgem no seu ambiente externo e interno.
Escutam melhor a si mesmos e aos outros. Conhecem-se melhor.
Mas por quê eles e não eu?!? Não sejamos trágicos, sejamos otimistas, positivos e, eventualmente práticos.
Se essa clareza de visão está ao seu alcance, então também está ao nosso, pois somos feitos no mesmo molde e do mesmo material.
Podemos não te-la de imediato, termos mais dificuldades, mas a possibilidade está lá para ser alcançada. Podemos fazê-lo, basta querer e dar os primeiros passos na direção.
Na direção do auto-conhecimento, da busca de nós mesmos. Colocar cada vez mais o foco de nossa consciência em nossos atos externos e em nosso mundo interno.
Buscar nossas raízes, nosso centro, nossa essência.
E isso é muito prazeiroso, muito gostoso, muito gratificante.
Aprendemos sobre nós mesmos com nossas experiências, nossos relacionamentos, nossos atos em geral.
Sempre que nos colocamos por inteiro, com honestidade e autenticidade numa situação estamos nos conhecendo melhor.
Basta sermos e acreditarmos no caminho. O primeiro passo é sempre o mais difícil.
Mas eu consigo, nem que demore algumas vidas.



Beijos fra-e-ternos,

domingo, 6 de janeiro de 2008

Algumas poucas palavras!

20:48hs, 06 de janeiro de 2008



Ouvindo a trilha sonora do "Good German". É do Thomas Newman, filho do Alfred Newman e sobrinho do Lionel e primo do Randy Newman. Nossa que família musical.
Gosto bastante de suas trilhas. São sempre belas e climáticas.

Hoje a Maíra achou uma cartinha que meu pai lhe escreveu quando ela completou 12 anos. Foi um daqueles achados que acontecem meio sem querer, no meio de mais uma
arrumação anual de seus pertences no seu quarto.
Ela leu novamente, gostou e mostrou para a Eneida e depois para mim.
Quando eu a lí, pude perceber claramente a alma poética e sensível de meu pai alí totalmente desnudada e alegremente explicitada naquele pedaço de papel.
Eram palavras de muito amor, muita alegria e pureza daquele ser humano que, naquele instante, estava em sitonia total com sua alma e, por isso, conseguia expressar todo seu amor e felicidade que sentia por seus netos e seu filho.
Em sua vida terrena ele poucas vezes conseguiu se expressar dessa forma com seus filhos, entes queridos ou semelhantes.
Foi preciso um pedaço de papel e uma data que lhe era importante para que ele conseguisse alcançar essa inspiração divina. Para que ele pudesse entrar em ressonância com seu eu interior e deixar que seu amor fluisse através de suas palavras.
Ele sempre gostou de escrever, embora nunca tenha conseguido realizar uma carreira ou mesmo um hobby nessa atividade. Somente em seus últimos anos de vida, quando começou a ficar mais interiorizado, foi que começou a escrever um pouquinho.
O fato de ter facilidade para escrever e gostar de atividades que mexiam com palavras, mostram para mim hoje que essa era um tipo de ação que era importante ser desenvolvida, era importante se aprofundar nela, pois ela lhe levava a suas profundezas mais puras e ternas.
Ela provavelmente o levaria a ter uma vida com mais paz de espírito, com mais auto-estima, com mais amor para dar, com mais felicidade.
Mais próximo do que sua alma desejava.
Ainda bem que, pelo menos durante algumas vezes, no fim de sua jornada ele conseguiu esse contacto especial com sua parte mais inocente e viva. Nesses momentos, tenho certeza, ele esteve em paz consigo mesmo e com o mundo.
Com isso eu aprendo a lição e reforço meu empenho em busca do caminho e das ações que me levam cada vez mais próximo da minha alma e da minha paz de espírito.
Meu pai teve sua chance atual e conseguiu expressar um pouco de seu amor por suas pessoas queridas e pela humanidade através de suas poucas palavras.
Vou em busca do meus instrumentos ou de minhas habilidades para realizar algo semelhante, mas quero buscar a partir de agora!
Pensemos um pouco nas coisas que mais gostamos de fazer, nas habilidades que sabemos ter e que sabemos que os outros gostam em nós. Aquelas que sensibilizam a nós e a todos.
Essas são nossas armas para levar a paz e o amor ao mundo, exatamente o que nossas almas desejam.


Amor refletido no sorriso e no olhar!!

abraços e beijos de paz profunda a todos,