sexta-feira, 23 de março de 2012

Eu Sou...

Oi gente boa, companheiros destes momentos neste mundo.
Estamos por aqui e aqui ficaremos até um dia. Aproveitemos as maravilhas que se nos apresentam. Aproveitemos até os desafios e os momentos difíceis, porque eles acontecem para nós. Deve ser algum tipo de privilégio, no mínimo.
Ao som desse sempre fantástico "Cocteau Twins" inicio esta postagem. Há quem goste de seu som etéreo, climático, feito com uma cascata de guitarras, teclados e a linda voz da Liz Fraser. 

Mas, como diz o título, eu sou...
Eu sou um ser humano. Pelo menos é o que dizem por aí há já algum tempo.
Muita gente disse e diz que somos seres humanos. Até que somos o Homo Sapiens. 
Bom, é uma questão de opinião. Ou de teoria, hipótese científica de trabalho.
Eu acho que nós estamos mais para sermos o Elo Perdido. Em todo caso eu não sou antropólogo. Disso tenho certeza.

Tenho mais algumas indicações fortes sobre o que eu sou. Ou o que eu estou.
Eu sou orgulhoso. Não tenho dúvida. Não tenham dúvidas. Meu orgulho ultrapassa o limite da dúvida.
Sim, minha gente não se surpreendam, não digam que não, pois isso eu sei que sou. E tenho orgulho disso. Viu!!
O orgulho é a característica mais forte e mantenedora do EGO. O meu está bem nutrido, pois sei que: penso, logo meu EGO existe!
Tendo lutado com Ele durante muito tempo, passei a olhá-Lo com outros olhos. Ele é parte de mim, compõe minha natureza profunda (mas nem tanto!) e mantem minha psique levemente saudável e satisfeita. Por que ir contra, lutar, combater algo nosso.
Deve haver outra saída...E certamente há. E deve passar pela aceitação inicial.

Mas, de qualquer forma, lá está Ele em toda sua omnipresença e potência. Ele aparece quase sempre. Hoje, acho que sei identificá-lo. De fato, não sei exatamente quando Ele não aparece. Acredito que tal fato possa acontecer em momentos de grande pureza de alma, de sentimentos elevados e de perda da identidade, da individualidade. Como quando realizamos algum trabalho artístico/criativo de grande intensidade emocional, grande autenticidade.
Em momentos de reflexão profunda e humilde, de meditação real. De fato, não são momentos muito frequentes em minha vida.

De resto, nos momentos onde imperam a competitividade, a necessidade de aparecer, de mostrar alguma competência para os outros ou quando estou num grupo de pessoas quaisquer por qualquer motivo, ou quando tenho que desempenhar algum papel  desafiante, lá está Ele me "ajudando" a Ser o que não exatamente Sou. Quando minha auto estima e minha auto confiança estão em jogo, lá está Ele novamente.

Muitas vezes, Ele apareceu como um amigo do peito me "salvando" nas piores situações. Eu o tive como aliado forte e confiável por muito tempo. Depois, eu comecei a perceber quem Ele estava "salvando" exatamente. Não era eu de fato, mas sim meu EGO.

Meu orgulho tem vários perfis. Ele é muito esperto. Ele não se desgasta, não exagera (muitas vezes) e é muito educado, dedicado e persistente. Claro, ele quer permanecer, continuar a existir. Ou, por outro lado, meu EGO quer.

Ás vezes (não muitas!), é como uma criancinha, pura e inocente. É quando eu alcanço algum pequeno objetivo pessoal, consigo realizar alguma descoberta ou entender algo levemente difícil. Então eu digo: olha só que legal, eu consegui! Há uma mistura de sentimentos, puro júbilo e alegria com uma pitadinha "eu sabia que conseguiria", ou seja, Ele no fundo. 

Em outras ocasiões (várias!), ele é como um adolescente, como algo cheio de energia, difícil de controlar e levemente (!?) explosivo, impulso. Nessas ocasiões, além dos tradicionais sentimentos do tipo "eu sou superior", "eu não faria assim", "também, como é que pode, né!", ele pode gerar julgamentos, críticas, preconceitos, ironias, raiva, teimosia e subterfúgios. 
Aqui neste perfil, Ele é bastante poderoso e imprevisível. Aqui Ele estabelece seu controle com maestria e força.

Outro perfil aparece (algumas vezes!) quando Ele se insinua como um velho sábio. Sua atuação aqui é magistral, pois está mascarado pela "experiência" da idade e pela pretensa sabedoria. Sou pego muitas vezes em flagrante delito neste perfil ultimamente. "Você não sabia, mas eu medito!". "Eu já vivo o momento presente!" " Meu Deus, isso eu já sei!!" "Ai meu Deus, como é que ele não entendeu ainda!?"
E com muito orgulho.

Sim meus amigos, Seu poder é grande e sua atuação é insidiosa, silenciosa e eficiente. 

Às vezes, naturalmente, Ele exagera e as coisas saem dos trilhos (!!) e aí a Arrogância e a Humilhação aparecem breve mas poderosamente. Esse é o pior perfil.

Seu poder de controle e manipulação é hipnótico e viciante. Não há escapatória. Assim, convivo com Ele. Acho que aprendi a aceitá-lo de alguma forma.
Atrevo-me a dizer que consigo percebê-lo em ação várias vezes, que posso identificá-lo em algumas situações, onde então, procuro relativizar, contemporizar e suavizar sua atuação.
Já percebi que Ele parece que desaparece em algumas situações, principalmente aquelas em que sou mais sincero, inocente, humilde, simples e livre de expectativas. Situações onde sinto que não preciso provar nada para ninguém, onde não sinto pressão alguma. Situações onde meu Real Amor consegue se expressar em toda sua inteireza.

Na minha interação com a Belinha (minha cadelinha Teckel), muitas vezes essa situação ocorre, pois não há pressão, julgamento ou expectativa da parte dela e todo sentimento que sinto naqueles momentos são intensos, inocentes, sinceros e incondicionalmente recebidos por ela.

Talvez mais alguns séculos ou passagens neste mundo possam fazer com que esta energia poderosa possa ser controlada ou canalizada de uma forma menos estressante e mais positiva.

Amigos, eu sou orgulhoso, eu estou orgulhoso. Eu aceito isso. Afinal, eu sei que é passageiro. 
Afinal, eu sou um Ser Humano! Caminhando rumo ao infinito da Perfeição, através do infinito de cada momento.

Que a Paz profunda e a Harmonia Cósmica estejam sempre entre Nós.