quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Eu sou....(2)

Olá amigos cibernéticos, amigos buscadores.


Como sempre ouvindo algo inspirador e climático. Desta vez, os ótimos Harold Budd & Robin Guthrie no álbum Bordeaux. Maravilhas típicas do Nirvana.

É uma linda tarde desse nosso inverno generoso. A temperatura é amena, o céu está aberto e lindamente azul. Eu diria um ótimo dia para a prática da vida.
É, mas aqui estou eu (ou EU) meio que sonolento e algo letárgico. Aquela sensação gostosa de "me deixe aqui que estou curtindo uma molezinha". 

É aquela preguicinha, que todo o mundo (sem exagero!!) reconhece. É uma das características mais unânimes do gênero humano. 
Naturalmente, como sempre, o que falo aqui tem relação com a minha própria experiência. Então, trata-se da minha preguiça, da minha moleza, da minha inércia em iniciar e persistir nas atividades. 
A preguiça me pega física ou mentalmente. Torna difícil qualquer início de nova atividade, principalmente se for (vista por mim como) um desafio. Sempre que há um esforço a ser colocado em alguma atividade, ou que é necessária uma persistência e uma disciplina, lá está ela me perturbando a cabeça.

"Prá que fazer isso!!? Não precisa fazer mais, pode parar! Chi, isso está muito difícil! Acho que vou fazer algo mais fácil!"

A Filosofia, a Religião e a Ciência já falaram da preguiça/inércia de uma forma ou de outra. 
A última, através de Newton (um dos seus maiores Gênios), definiu a Inércia como sendo a característica que toda a matéria (tudo que tem massa ou átomos, ou seja, TUDO) tem, de permanecer no estado em que se encontra. E, de preferência num estado de mínima energia necessária para se estar.
A famosa lei do Mínimo Esforço, conhecem não é!!?
E, para sair desse estado, é preciso que uma certa força (energia) seja exercida (interna ou externamente) na matéria. E quanto maior a sua massa, maior será a força necessária para move-la.
Faz sentido, não faz!!? Conhecemos e aceitamos essa definição intuitivamente, certo!?

Já a Filosofia/Religião definiu algo chamado de Acídia, que seria mais geral do que a preguiça pois sua atuação de nos manter parados ou alheios (inconscientes, apáticos) se aplica a todos os níveis de atuação humana, ou seja, físico, mental, psicológico e espiritual.
Ou seja, você não se liga em nada, não pensa com atenção focada em nada, não quer fazer nada que exija um mínimo de esforço/disciplina e prefere ficar quieto onde está.

Esse estado (tornando-se um modo de vida) pode levar à letargia, ao embotamento mental, à superficialidade, à confusão mental, à falta de educação, à falta de consideração e respeito com o outro, à busca insaciável de prazer ou de paixão, à lei do mínimo esforço como plano de vida, à melancolia, ao vazio total e à depressão. 

Ou seja, trata-se de um estado bem pernicioso e bastante forte e arraigado ao interior humano. É forte no ser humano e na natureza, porque por fim tudo tende à aparente desordem e transformação final.
E também porque a nossa tendência final é a lentidão dos processos interiores e exteriores até chegar à parada total (morte). Portanto, a parada está lá dentro de nós latente, em potencial.

Mas, antes de lá chegarmos, há muito que viver, que ver, que aprender, que criar, que amar, que Ser, que Estar, etc, etc. Mas, para que tudo isso possa acontecer, temos que vencer diariamente a nossa conhecida tendência natural.

No caso da minha preguiça, conheço bem quando ela começa a agir e qual é o seu processo de desenvolvimento. Às vezes eu luto (esforço, disciplina, energia) e a venço. Às vezes, eu me deixo levar pelas ondas do ócio.
Como diriam muitos (eu mesmo...), é assim mesmo, não esquenta não, está tudo certo, etc. Pode ser que sim, mas eu acho que sempre ou como modo de vida não está certo não. Aliás creio que tem de ser o oposto.
Acredito que devemos nos manter alertas, atentos, conscientes e buscadores do significado do momento. De cada um deles. Cada um deles, como já se disse mil vezes, é único e precioso. Além de potencialmente infinito em tudo.

O significado do momento é tudo o que temos neste mundo e ele pode nos levar à nossa realização maior, nossa Individuação, nossa Iluminação, ou o que quer seja.
Sabemos disso porque existem exemplos de seres bem acima da média desde sempre à nossa volta em todos os aspectos, físico, mental e espiritual.
Para isso, naturalmente, precisamos nos esforçar sempre, buscarmos a disciplina e o treinamento da mente no sentido da consciência desperta, do melhor a ser feito, do mais correto e ético, do mais generoso e amoroso.

Mas, eu faço isso!?? Não sempre. Não sempre!!? Então, talvez na maioria das vezes!? Também creio que não! Não consigo, não me é possível ainda. Não consigo nem forçando a barra.

Vigiar, meditar, trabalhar e esperar. Só esse mantra resolve a questão da vida enquanto evolução/expansão da consciência.

Portanto há uma busca a ser feita. Não nos enganemos. Ela existe mesmo. Se não for agora, terá que ser na outra volta do parafuso.

Bem, bem, bem amiguinhos, isso é apenas o que eu (não tão humildemente) penso e vivo.

É grande a minha satisfação em poder me expressar dessa forma para vocês. 
Um grande abraço, amoroso e caloroso, a todos.

Deixo com vocês um presente na imagem abaixo, uma das mais lindas que já fiz. Que expressa a pureza, a delicadeza, a beleza e o amor da Vida. Da vidinha no caso.


Paz profunda e amor a todos vocês meus amigos.