domingo, 25 de maio de 2014

Estado Natural

Amigos, imaginem-se numa noite agradável de outono-inverno, ao som celestial do magnífico duo americano chamado Hammock. A partir desse cenário, gostaria de refletir com vocês sobre um tema especial que me veio à percepção aos poucos, de não sei onde!!

Há um estado natural das coisas do mundo. Das coisas materiais e das imateriais.
Das  muito densas, das não tão densas e das mais sutis.
Um estado onde há o mínimo gasto de energia para se estar e onde se experimenta a maior estabilidade possível.
É um estado de repouso, de pouca tensão e, portanto bastante tranquilidade. Ele é conhecido por todas as coisas da Natureza, pelos seres viventes em geral. A água sempre o procura e permanece nele. 
Pela observação de sua Natureza interna e externa, o homem aprendeu a conhecê-lo e, através da Filosofia, da Religião e da Ciência, se expressou sobre ele.
Ele aprendeu que neste estado, tudo se acalma, se revigora, fica mais claro e atemporal. Ele sabe que a partir dele, sua visão das coisas é mais ampla, imparcial e penetrante.

Vamos, então aqui chamá-lo de Centro. Ele é um ótimo lugar para se acalmar, para repousar, recuperar as energias, fazer uma reflexão mais profunda, ver as coisas de uma perspectiva mais ampla e verdadeira.
Mas é também um estado onde pode haver uma transformação interior, uma cura, pode ocorrer "o cair da ficha", o "salto de compreensão"!

Assim, o Centro é um lugar de introspecção e de ação interior. Mas não exterior. É um lugar de potencial de ação exterior, de criatividade.
É a partir dele que nascem as grandes ideias, as obras de arte, as invenções, as Iluminações. Porque é ali onde o Ser pode concentrar sua maior atenção/concentração, sua maior quantidade de energia e potencialidade criativa.

No Centro é onde nos encontramos com a Paz e o Amor. Idealmente, é a partir dele que acontecem as ações exteriores. Sempre que agimos gastamos energia física, psíquica e emocional e obtemos um resultado.
Portanto, sempre que agimos devemos voltar para o Centro para nos restaurarmos e para refletirmos sobre o resultado, entrando em contacto com as vibrações que retornam.
Quanto mais intensa ou profunda for nossa ação exterior, tanto mais importante é o nosso retorno ao nosso Centro.

Pode-se dizer, então que quando agimos exteriormente, nos desequilibramos momentaneamente ao despendermos nossa energia numa só direção. Assim, logo que possível, voltamos para Ele. Caso contrário, a Vida seria um eterno agir sem refletir, um eterno nadar na superfície sem os significados mais profundos, um eterno buscar de satisfações de desejos, a tudo banalizando. Um eterno se esgotar, sem restauração, nem Paz e nem Amor. Uma Vida de Zumbis.

Mas, onde está o Centro? Ele depende de cada situação? De cada momento? Nossa principal pista está em saber que no Centro está o Repouso, a Paz, o Amor e a Atenção plena e desinteressada. É também onde se encontra a Consciência. 
O Centro, necessariamente, está entre os extremos. Às vezes, precisamos ir ao extremo oposto para recuperarmos a noção de nosso Centro.
De qualquer forma, em cada situação pode-se buscar esse estado e obter seus benefícios.
Na doença física, é fácil, busca-se o repouso, o fortalecimento físico, mental e psicológico. Damos tempo para o corpo se recuperar. E o ajudamos muito quando ficamos quietos e o mais tranquilos possível.

Nas aflições mentais é mais difícil encontrá-lo ou até procurá-lo, mas devemos sempre nos lembrar que, fora Dele não há Paz ou Amor.
Às vezes, é preciso um treinamento mental para recuperarmos essa noção e essa busca interior.
A busca do Centro pode ser auxiliada com sua associação a alguns processos naturais, que aqui chamamos âncoras.
Um deles é a respiração. A esta é muito fácil fazer a associação porque ela está intimamente ligada à natureza do nosso estado psíquico-emocional. Quando estamos muito emocionados, agitados portanto, ela terá a mesma natureza. Estará agitada, curta e muito frequente. Quando nos acalmamos, "suavizando" nosso processo mental, a respiração naturalmente também se acalma, desacelera se alongando e se aprofundando.

Assim, pode-se dizer que quando queremos alcançar nosso Centro mentalmente, podemos buscar uma sintonia com nosso ritmo respiratório, buscando suavizá-lo e "ficando com ele" o maior tempo possível.  
Se o perdermos, não haverá nenhuma culpa, nenhum julgamento, apenas uma volta tranquila ao estado anterior.

Enfim, ao exercitarmos a busca periódica e constante de nosso Centro, nossa vida será mais plena, positiva e saudável, pois plena estará do potencial de Consciência, Paz e Amor generosos  que Dele emanam.

Amigos, que nossos momentos sejam plenos e amorosos!!





Que a visão dessa linda Garça Azul nos inspire em nossa busca!

 


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