sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Viver a Vida

Olá amigos deste espaço e desta dimensão temporal. Estamos aqui neste momento por obra de nossa percepção mental e espiritual. Hoje embalados aos sons de Harold Budd & Robin Guthrie, de Hammock e do fabuloso Stars of the Lid.
Sons etéreos, lentos, profundos e melodiosos. Nada mais inspirador para mim.

A Vida nos oferece uma gama muito grande e variada de experiências e possibilidades que podem ser experimentadas. Vive-las ou não parece ser uma escolha nossa, do nosso livre arbítrio.
No entanto, alguns destes eventos vitais parecem nos acontecer quer queiramos, quer não. Parece que são jogadas na nossa cara de forma inevitável e intensa.
Em outras ocasiões temos que ir ao seu encontro, nos esforçar um pouco para vivencia-los. Outros são ainda mais difíceis e fugazes e nosso esforço para experimenta-los deve ser bem maior.

De qualquer forma, a verdade é que sempre experienciamos a vida com a nossa percepção mental. Esta pode ter diferentes dimensões e profundidades. 
Vamos dizer que podemos perceber física, psicológica ou espiritualmente para simplificar as coisas. De um nível mais grosseiro para um nível mais sútil. Parece ser uma aproximação razoável, embora simplificada. De fato as coisas não são nada simples e estamos longe de saber "pouco" a respeito. Imagine "muito".

Em todo caso, tudo depende de nossa percepção, isto é de nossa consciência, de sua amplitude e foco. Na realidade de nossa interpretação da realidade que vivemos.
A herança familiar, a genética, o modo como fomos educados e nosso ambiente cultural, social e emocional na infância têm muito peso no cenário geral, na formação e no "clima" dessa percepção.
Essa influência externa do modo como percebemos a realidade continua ao longo de nossa vida inteira. Todas as nossas escolhas e decisões importantes ou não, nossos pontos de vista, nosso humor diário, tudo o que percebemos e sentimos são permeados por esses fatores genéticos, psicológicos e físicos. Sem falar no espiritual.

Estamos meio que pressionados por todos os lados por conta de forças que têm um enorme poder de persuasão e sedução sobre nós.
Ao mesmo tempo, parece que sempre temos a escolha final, temos o poder de decidir o que quisermos em cada momento vivido. Que temos o controle final.
O fato é que, sem o nosso controle, tendemos a ir ora para um lado ora para o outro. Ou seja, sem a direção da nossa consciência, nos iludimos de um jeito ou de outro.

No exercício do viver, da busca de nossos sonhos, de nossa felicidade, estamos sempre nos esforçando para fazer isso ou aquilo, tentando focar nossa atenção à questão mais importante daquele instante para decidirmos melhor.
Mas parece que quanto mais nos esforçamos mais a coisa nos escapa. Deve haver um ponto certo onde as coisas acontecem "naturalmente". Seria "o fio da navalha", o caminho do meio.
Os grandes mestres insistem em dizer que esse ponto parece acontecer mais vezes com uma percepção mais atenta e amorosa da realidade, do que o oposto.

E isso deve ser um fato. Se rir ou chorar são contagiantes, então o humor diário pode se-lo também. Se temos alguma escolha, algum livre arbítrio, então é preferível escolher o amor, a pureza, o otimismo e o copo cheio.

É uma questão de percepção, portanto deve ser de treino mental, físico e espiritual.
Dizem que devemos perceber a vida da mesma forma como as crianças a percebem. Da mesma forma como percebemos a música. Nos deixando levar pela intensidade do momento, usando a consciência, tendo a percepção direta, sem rotular, sem julgar, sem reagir.
É simples e definitivo, mas é como por o ovo em pé!!

Paro agora ao som de Steve Roach e lhes desejo uma vida plena e feliz.