domingo, 2 de março de 2008

Férias e retornos


02 de março de 2008

Escutando um pouco de música eletrônica espacial. Nesse caso, Steve Roach é um mestre e seu Space&Time é um bom exemplo.
Estive de férias por 20 dias e voltei no fim de fevereiro. Foi um período muito bom, de tranquilidade, relaxamento e viagens. Exteriores e interiores.
A cada novas férias sinto mais vontade de ficar e não voltar mais para o trabalho. É um fato inegável.
A vida sem compromissos, responsabilidades, desafios, imposições e ou incertezas parece ser mais fácil e agradável. Pois é, mas será que é mesmo!?
Por outro lado, quando se faz o mesmo tipo de trabalho por anos a fio, o cansaço ou o desânimo vem mesmo. Principalmente se este não acontece da maneira esperada ou imaginada pelo sujeito. Muitas coisas podem dar errado e ou piorarem com o tempo.
No entanto, quando a pessoa gosta muito do que faz, se sente útil e recompensada por seus pensamentos, idéias e ações, parece que tudo isso tende a ser minimizado e a volta ao trabalho é até ansiada algumas vezes.
Isso acontece muito com as pessoas que são idealistas, artistas ou que lidam com a saúde das outras pessoas. Estes podem sentir prazer e realização com o que estão fazendo ou criando. Isso acontece com
alguns artistas, cientistas, ou médicos, psicólogos e professores.
Mas esse comportamento também ocorre com aquele que não sabe o que fazer com o tempo livre. Não consegue fazer outra coisa a não ser trabalhar, por isso anseia voltar logo ao trabalho também. Mas não porque goste dêle e sim porque depende dêle para se manter ocupado e "saudável".
De fato, pensando bem parece as transições são mais marcantes do que os períodos mais estáveis e duradouros. Quando se passa de um tipo de tarefa ou atuação para outra completamente diferente, cria-se uma espectativa ou uma antecipação de como é que as coisas transcorrerão na nova atividade.
Será que será bom? Será que serei capaz? Será que terei tempo suficiente para realizá-la a contento?
São muitas as perguntas que são geradas em nossas mentes. Se nós a deixarmos tomar conta de nossas ações, tendemos a cair num estado de nervosismo, de insegurança, que pode se transformar em estresse.
Quando as transições são rápidas no tempo ou quando as atividades não são tão diferentes assim, esse estado de desequilíbrio é fraco e passa rápido. Em caso contrário, as coisas podem ficar bastantes ruins e levar a pessoa a se desequilibrar de modo profundo e duradouro.
De fato, o desequilíbrio acontece basicamente porque imaginamos como poderá ser nossa experiência no futuro, antes de ocorrer. Criamos algo que não existe ainda. Essa criação nos perturba e não nos deixa em paz, ou seja não sai de nossas mentes.
Nossas mentes nos perturbam quando deixamos que elas nos controlem. Os pensamentos vêm e vão, como folhas ao vento ou como as nuvens num céu tempestuoso.
São incontroláveis. Mas, podemos não ligar para eles, não lhes dar crédito ou não julgá-los.
Podemos apenas observá-los sem deixá-los nos perturbar ou influenciar.
Se conseguirmos nos desligar de nossas mentes de vez em quando, principalmente nestas ocasiões tempestuosas, estaremos mais presentes e fortes no momento para vivenciá-lo plenamente.
Quando conseguimos viver plenamente um momento, não deixamos muita margem de ação para nossa mente. Agimos espontaneamente e seguimos nosso caminho na vida, seja ele qual for.
As férias são muito boas, mas podem ser tediosas. Depende de nós e de nossa mente.
O trabalho pode ser prazeiroso, realizador ou, ao menos satisfatório. Por outro lado pode ser tedioso e estressante. Um verdadeiro pesadelo. Depende também de nossa postura interior e do modo como vivemos nossos momentos e de quanta importância damos aos pensamentos que trafegam em nossas mentes.
Fiquemos em paz em nossos corações, nosso sentir, nossa intuição e nosso espírito.
O que importa é ser AGORA!

Abraços carinhosos e paz profunda!