domingo, 10 de agosto de 2008

Uma pedrinha jogada nas águas calmas


Já faz muito tempo desde a última vez em que aqui estive. Apenas uma constatação e um fato, não uma reflexão. Muitas idéias ficaram para trás. talvez um dia, cada uma delas ressurja. Quem sabe!?

Estou ouvindo Dead Can Dance (DCD), brilhante banda dos anos 80 que ajudou a formar o caminho do estilo World Music. Com muita criatividade, coragem e competência. Tudo culminado em absoluta e profunda beleza.

As águas calmas são os momentos que vivem nossa família nos últimos meses, desde a morte da Dolly, nossa cadela mais querida.
É incrível como nós, seres humanos, buscamos construir à nossa volta, lugares onde se viva com tranquilidade, paz e amor. Buscamos também situações e relacionamentos que nos tragam alegria, felicidade, amor e segurança. Com o tempo e a habilidade adquirida chega-se em situações quase ideais, que na maioria das vezes estão refletidas no lar, no grupo de amigos e com sorte (ou alguma outra coisa) no trabalho.
Quando chegamos em uma situação de paz, prazer e uma leve excitação, não queremos mais sair dela. É muito confortável, maravilhosa. Por que quereríamos sair, ir para o desconforto, a tensão, o estresse, a raiva, os desafios enfim.
Por outro lado, parece que não criamos ou conquistamos muitas coisas de valor numa situação de tranquilidade e conforto muito grande. parece ser uma situação em que as coisas vão se tornando velhas e estagnadas, onde não há muito lugar para o novo, o desafiador e o criativo. Será mesmo!!!?
É uma idéia a se aprofundar, a se explorar com cuidado e coragem.

Bom, mas voltando ao tema, a pedrinha é o novo membro de nossa família. Nossa, algo novo. Isso pode ser muito perigoso e estressante. Pode ser desafiador. Quem é ele?
Bela (seu nome), é uma cadelinha (miniatura) Teckel (como a Maíra não gosta muito de escutar) ou Salsicha, para todos entenderem.
Chegou com 50 dias de vida e com um tamanho físico (20 cm) que não diz muito ou absolutamente nada sobre sua energia de vida, seu ímpeto pelo novo, seu espírito curioso, irriquieto e desejoso de todas as atenções, todos os afetos e todas as meias e tênis também.
Com um temperamento de cachorro líder, tende a ser dominador e manipulador das atenções, na tentativa de obter a satisfação de todas as suas carências e desejos. Nossa parece um ser humano.
É preciso lidar com cuidado nesse início de convivência, caso contrário ela se tornará o líder da casa toda, um monstro egoísta e faminto de tudo e todos. (Nossa, parece o ser humano). Um pouco (ou muito) de indiferença é bastante saudável neste caso. Uma boa dose de paciência, firmeza e falta de pena, também.
Mas, mesmo o mais paciente e o mais firme não deve mudar muito seu temperamento, que vai permanecer tal como é e vivenciar sua vida com as experiências de seu dia-a-dia.
Estas a levarão ao seu destino canino, que é alegrar seus donos e torná-los mais suaves e de bem com a vida, se estes dela cuidarem com carinho, respeito, disciplina e firmeza.
Confesso que é uma tarefa árdua para mim. Algumas vezes penso em desistir dela, devolve-la, para não precisar sair da minha vida segura, bem organizada, agradável, previsível e, eventualmente, morna e tranquila demais. Estagnada! Talvez não ainda. Mas, passiva e meio sem graça, talvez. Como isso é possível quando se tem tudo?
Parece que o mais gostoso que a vida pode nos oferecer, só acontece com esforço, suor e, eventualmente, lágrimas.
Só através de desafios e obstáculos, conseguimos acessar nossas profundezas e encontrar nossas melhores qualidades, a criatividade, o amor verdadeiro (incondicional) e a força de vontade para viver mais um dia de coisas novas para apreciar, aprender ou desenvolver.
Quanto mais nos aprofundamos em nosso íntimo, mais próximos estamos de nossa parte divina, onde todas as dúvidas e medos deixam de existir e tudo se esclarece.
Às vezes um filhote, humano ou não, carregando toda aquela energia vital de quem tem tudo a aprender e para quem tudo é novidade, bonito e desafiante, pode nos mostrar como as coisas são de fato. Longe de nossas máscaras e filtros de sobrevivência.
Os filhotes ainda estão mais próximos do lado de Lá e mantém sua pureza de intenções e um contato muito forte com seu íntimo. Para eles não existem ainda os medos, as preocupações, nem os preconceitos.
Durante toda nossa vida, por mais que soframos, caiamos ou nos desviamos de nosso íntimo, sempre mantemos um pequeno vínculo, uma pequena conexão com este. De modo que, vez por outra, com esta ou aquela experiência (com os filhotes, por exemplo), entramos em contato mais diretamente com nossa parte mais pura.
Por isso, nos alegramos tanto, gostamos tanto e queremos guardar aqueles momentos para sempre.
Mas, os momentos são apenas isso, instantes fugidios de tempo. O máximo que podemos fazer é vive-los intensamente,buscando nos aprofunadar nas qualidades mais puras de nosso íntimo.

Seja bem vinda Belinha. Sua presença veio para sacudir e colorir um pouco mais a existência de minha família.

Beijos e paz profundos a todos.

domingo, 20 de abril de 2008

A inocência e a pureza da vida

Campinas, 20 de abril de 2008, 10:38hs


Hoje, ao som progressivo (Shadowland) de Glass Hammer, gostaria de falar um pouco de uma experiência que, para mim, é muito gratificante. Uma das mais gratificantes que já experimentei.
É o cinema. Ir ao cinema. Assistir a um filme, mas não qualquer um. É um daqueles que, de vez em quando, e só de vez em quando mesmo, você tem o prazer de assistir ou experienciá-lo de maneira plena.
Ele te pega emocionalmente em vários asp
ectos. Durante, mais ou menos, duas horas você se envolve ou se deixa envolver, de forma intensa e vive a estória. Entra na pele do personágem ou experimenta as emoções que ele está vivendo, participa ativamente.
Se você se deixar levar e o filme for daqueles especiais, o mundo à sua volta desaparece. Sua realidade muda quase que completamente e você pode ter sentimentos e emoções que há muito não sentia. E isso pode ser muito gratificante. Para mim é.
No meu caso, um desses tipos de filme especiais é o desenho animado. Não todos infelizmente, mas especialmente alguns me pegam de uma forma intensa e muito gostosa.
Posso citar alguns que me lembro agora: Ratatouille, Nemo, Madagascar, Monstros SA, Era do Gelo, Sem Floresta, Cinderela, Bambi, Pinochio, etc.
Os desenhos têm uma característica muito especial que, me parece ser aquela que o transforma em uma experiência mais gratificante do que os outros tipos de filme.
Ele é feito especialmente para as crianças. E, hoje em dia especialmente, para os adultos que acompanham as crianças no cinema. Por isso, são muito bem produzidos e realizados com todo o carinho e cuidados possíveis.
Há um tipo de desenho em que se busca especialmente recriar as dimensões mais essenciais do universo infantil, ou seja, a alegria, a imaginação, a pureza e a inocência.
Quando o desenho consegue no seu roteiro, capturar bem essas dimensões da infância, se torna para mim uma experiência incomparável.
De repente, tenho vontade rir, de chorar, de aplaudir e de vivenciar aquelas aventuras junto com os personagens. É uma coisa muito louca mesmo. E muito legal.
Mas, como eu ainda sou meio bobinho, só me permito externar risos e aplausos. Choros são contidos. Mas, essa é uma outra estória, para uma outra comunicação.
Um dos melhores programas para mim é ir a um desses filmes especiais, desenhos ou comédias de preferência, junto com pessoas que eu amo.
E ontem, sábado, foi um desses dias especiais em que isso aconteceu. Fomos, eu, Eneida e Maíra (com acento!!) ao Iguatemí (pq quem aguenta o D.Pedro) assistir a um desses desenhos maravilhosos, "Horton e o mundo dos Quem!?".
Não gostaria de criar espectativas em vocês, mas agora já era. Eu gostei e muito. Me divertí bastante, com a estória, seus personágens, com a música e com as crianças à minha volta.
Novamente, rí bastante, me emocionei, quiz aplaudir e chorar no final. Foi muito legal.
Logo que entramos na sala, vimos que estava vazia, não havia ninguém ainda. Mas, aos poucos foram chegando os pais (alguns sem) e seus filhos, em geral pequenos.
Pode haver uma preocupação em se o barulho das crianças (grandes e pequenas) vai atrapalhar durante o filme, mas se você não "encanar", a coisa fica mais leve e pode-se até se divertir com eles e suas manifestações.
E foi o que aconteceu neste caso. Logo nas primeiras duas ou tres cenas com o elefante Horton, acontecem cenas engraçadas e as crianças já começam a se divertir.
Uma delas em especial, logo atrás de onde eu estava deu uma gargalhada tão gostosa e sonora que me colocou direto no clima da estória. Foi muito autêntica, sem controles ou máscaras. Foi pura e inocente. E isso me pega em cheio.
Quando consigo entrar em contato com essa dimensão da vida em mim mesmo, sou o ser mais feliz do mundo. E é possível sempre que quizermos, por que está alí ao nosso alcance para o nosso deleite. faz parte de nossa natureza, do nosso ser.
E não precisa ser diferente, mesmo com uma martelada no seu dedo.
Como dizia o outro: a vida é bela.

abraços e beijos aos queridos,


quinta-feira, 3 de abril de 2008

O primeiro e último suspiro

Campinas, casa, 03 de abril de 2008, 21:14hs

Como sempre ouvindo algo suave e, possivelmente, inspirador. Trata-se do album Drop de Dwight Ashley & Tim Story.
Não só a música inspira, mas nós também podemos e devemos inspirar, senão morremos (desculpem o trocadilho!). O verbo é o mesmo, o significado é outro.
Em princípio, ou em última análise, enquanto respiramos estamos vivos. Ou, de outra forma, quando respiramos, vivemos. O respirar, um
ato voluntário, mas nem tanto, nos acompanha do princípio ao nosso fim (ou transição como querem alguns, eu incluso!).
Nossa respiração tem uma forte ligação com o momento que vivemos. O inspirar e o expirar estão conectados com nosso momento presente sempre. Seja através de seu rítmo, sua intensidade ou seu modo de acontecer.
Isso é um fato muito curioso e informativo, pois um evento aparentemente banal, simples, repetitivo e quase desapercebido, tem uma influência e uma importância tão grande em nosso ato de viver cada momento.
Isso é uma verdade incontestável e pode ser verificada na prática por qualquer um. Não precisa ser cientista.
Nosso estado de espírito, nosso humor, nosso estado emocional ou psicológico estão refletidos em nosso modo de respirar. E vice-versa.
Senão vejamos:
  • Quando estamos agitados, nervosos, com raiva, com mêdo, sendo violentos, grosseiros, com enorme sofrimento ou intenso prazer, nossa respiração costuma ser curta e entrecortada, ou muito frequente. É também a respiração da luta ou da fuga. Aqui, as palavras chave parecem ser "intensidade" ou "rapidez."
  • Por outro lado, quando estamos tranquilos, calmos, pacíficos, gentis, delicados, sem grandes mêdos, desejos ou preocupações, nossa respiração torna-se mais suave e longa, ou pouco frequente. É também a respiração dos estados reflexivos ou meditativos. Aqui, as palavras chave parecem ser "suavidade" e "atenção".
Assim, é fácil perceber que nosso estado de ânimo no momento em que vivemos influencia nosso respirar. Agora, o curioso é que todos sabemos que o oposto também ocorre, ou seja quando "respiramos fundo e longamente" a tendência é que nos acalmemos, nos tranquilizemos, retornemos ao nosso centro, ao nosso controle. Nada mais prático e verdadeiro. Assim também, vários outros exercícios com a respiração podem nos trazer benefícios a curto, médio e longo prazo.
Dar a devida atenção à nossa respiração, exercitá-la de forma saudável e de acordo com ensinamentos ancestrais é muito importante e saudável para melhorar a qualidade de nossas vidas e de nosso ser.
Claro que não queremos ficar neuróticos pensando nisso a todo minuto, nem estressados por não sabermos se estamos fazendo direito ou não. Aliás esse é um outro assunto que merece algumas palavras algum dia: ser autênticos e naturais vai contra busca do auto-apefeiçoamento e a disciplina necessária?
Diz a Tradição Mística que a respiração traz para o nosso interior mais do que "apenas" os componentes químicos essenciais para nossas vidas. Quando respiramos, também absorvemos uma forma de energia (Prana, Chi, Nous, etc) de frequência alta o suficiente para não ser detectada e que atua em nossos "chacras", nossos centros nervosos, além de nos fornece mais "força vital" para nossas células. Sem ela e apenas com os componentes químicos (oxigênio, hidrogênio, etc) não há manutenção da vida, diz a Tradição. A Ciência não reconhece, mas está chegando perto.
A Yoga, o Budismo, o Rosacrucionismo, a Teosofia e outros sistemas filosóficos mais Tradicionais, todos são unânimes em dizer que a respiração é muito importante para a nossa qualidade de vida. E cada um dêles tem seus próprios exercícios e procedimentos para melhorar ou otimizar nosso rítmo respiratório, de acordo com nossos objetivos.
Portanto, o ato de respirar é muito mais importante do que imaginamos e não pode ser negligenciado ou esquecido. Ao contrário, devemos dar-lhe mais atenção e mais respeito, como o resto de nosso corpo. Da mesma forma que nos exercitamos para nos mantermos saudável, nos alimentamos bem e mantemos nossa higiene, devemos também exercitar nossa boa respiração para ajudar em nossos momentos vividos.
A "boa" respiração, em muitos casos, é aquela que traz mais calma, mais suavidade, mais atenção, mais foco em nossas vidas e nos leva mais para o nosso centro.

Diz a Tradição. E eu também!

abraços fraternos e paz profunda,



domingo, 2 de março de 2008

Férias e retornos


02 de março de 2008

Escutando um pouco de música eletrônica espacial. Nesse caso, Steve Roach é um mestre e seu Space&Time é um bom exemplo.
Estive de férias por 20 dias e voltei no fim de fevereiro. Foi um período muito bom, de tranquilidade, relaxamento e viagens. Exteriores e interiores.
A cada novas férias sinto mais vontade de ficar e não voltar mais para o trabalho. É um fato inegável.
A vida sem compromissos, responsabilidades, desafios, imposições e ou incertezas parece ser mais fácil e agradável. Pois é, mas será que é mesmo!?
Por outro lado, quando se faz o mesmo tipo de trabalho por anos a fio, o cansaço ou o desânimo vem mesmo. Principalmente se este não acontece da maneira esperada ou imaginada pelo sujeito. Muitas coisas podem dar errado e ou piorarem com o tempo.
No entanto, quando a pessoa gosta muito do que faz, se sente útil e recompensada por seus pensamentos, idéias e ações, parece que tudo isso tende a ser minimizado e a volta ao trabalho é até ansiada algumas vezes.
Isso acontece muito com as pessoas que são idealistas, artistas ou que lidam com a saúde das outras pessoas. Estes podem sentir prazer e realização com o que estão fazendo ou criando. Isso acontece com
alguns artistas, cientistas, ou médicos, psicólogos e professores.
Mas esse comportamento também ocorre com aquele que não sabe o que fazer com o tempo livre. Não consegue fazer outra coisa a não ser trabalhar, por isso anseia voltar logo ao trabalho também. Mas não porque goste dêle e sim porque depende dêle para se manter ocupado e "saudável".
De fato, pensando bem parece as transições são mais marcantes do que os períodos mais estáveis e duradouros. Quando se passa de um tipo de tarefa ou atuação para outra completamente diferente, cria-se uma espectativa ou uma antecipação de como é que as coisas transcorrerão na nova atividade.
Será que será bom? Será que serei capaz? Será que terei tempo suficiente para realizá-la a contento?
São muitas as perguntas que são geradas em nossas mentes. Se nós a deixarmos tomar conta de nossas ações, tendemos a cair num estado de nervosismo, de insegurança, que pode se transformar em estresse.
Quando as transições são rápidas no tempo ou quando as atividades não são tão diferentes assim, esse estado de desequilíbrio é fraco e passa rápido. Em caso contrário, as coisas podem ficar bastantes ruins e levar a pessoa a se desequilibrar de modo profundo e duradouro.
De fato, o desequilíbrio acontece basicamente porque imaginamos como poderá ser nossa experiência no futuro, antes de ocorrer. Criamos algo que não existe ainda. Essa criação nos perturba e não nos deixa em paz, ou seja não sai de nossas mentes.
Nossas mentes nos perturbam quando deixamos que elas nos controlem. Os pensamentos vêm e vão, como folhas ao vento ou como as nuvens num céu tempestuoso.
São incontroláveis. Mas, podemos não ligar para eles, não lhes dar crédito ou não julgá-los.
Podemos apenas observá-los sem deixá-los nos perturbar ou influenciar.
Se conseguirmos nos desligar de nossas mentes de vez em quando, principalmente nestas ocasiões tempestuosas, estaremos mais presentes e fortes no momento para vivenciá-lo plenamente.
Quando conseguimos viver plenamente um momento, não deixamos muita margem de ação para nossa mente. Agimos espontaneamente e seguimos nosso caminho na vida, seja ele qual for.
As férias são muito boas, mas podem ser tediosas. Depende de nós e de nossa mente.
O trabalho pode ser prazeiroso, realizador ou, ao menos satisfatório. Por outro lado pode ser tedioso e estressante. Um verdadeiro pesadelo. Depende também de nossa postura interior e do modo como vivemos nossos momentos e de quanta importância damos aos pensamentos que trafegam em nossas mentes.
Fiquemos em paz em nossos corações, nosso sentir, nossa intuição e nosso espírito.
O que importa é ser AGORA!

Abraços carinhosos e paz profunda!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Férias & Trabalho

São 11:17hs de 08 de fevereiro de 2008



Estou ouvindo "The Perfect Flaw" do Tim Story, que é uma das melhores obras artísticas do gênero da "Ambient Music". Simplesmente maravilhosa! Vale a pena buscar na internet. Tente!

Eu deveria estar trabalhando neste horário, mas estou de férias. Obaaaaa!!
Estar de férias, em um lugar agradável descansando, é muito gratificante. Eu me sinto livre (dos compromissos de ter que...) e mais solto (a tensão da responsabilidade diminui muito).
Voce, enfim, pode fazer o que quizer, na hora que desejar. O que voce tiver planejado ou tiver vontade no momento.
De qualquer forma existem decisões a serem tomadas e aí é que mora o perigo.
Voce pode simplesmente não querer fazer nada, ficar no ócio total, largado na cama ou na rede, assistindo TV, ouvindo música, lendo um livro. Maravilha!
No entanto, se voce fica assim por mais do que um certo tempo, voce começa a se questionar se "deveria" estar fazendo alguma coisa "de útil". Esse sentimento pode se transformar num fardo se deixarmos que vá muito longe sem uma resolução, para um lado ou para o outro.
Mas o mais importante é voce estar curtindo o que voce está fazendo (não importa o quê), se sentindo bem, vivenciando seu período de descanso com leveza e satisfação plena.
Parece que todos nós gostamos de dizer que, nas férias, só fazemos coisas que nós gostamos, que faríamos sempre que tivéssemos mais tempo de folga. E que é o tipo de coisas que faremos quando nos aposentarmos.
Se voce for uma pessoa que gosta de fazer planejamentos, então suas férias podem ser viagens para lugares interessantes, eventos diferentes, para sua cabeça mudar de foco.
Neste caso, a ênfase não pode ser muito grande no planejamento da coisa toda, porque senão (alguém já disse) vira trabalho outra vez.
Nas férias devemos descansar o corpo e a cabeça, se desatrelar da mente um pouco e vivenciar mais as coisas do espírito, como a intuição, as artes, a introspecção e mesmo os exercícios físicos.
Mas o que eu penso mesmo é que nós deveríamos estar em férias sempre, inclusive no período do trabalho.
Nosso trabalho deveria ser tal que pudéssemos vivenciar todas essas experiências do espírito, ou que usassem mais o hemisfério mais intuitivo do cérebro.
Deveríamos vivenciar nosso trabalho de uma forma mais gratificante para nós, mais plena e sem comprometimentos demais. Sem pesos em nossas costas por conta de nossa baixa auto-estima ou falta de confiança.
Deveríamos exercer mais nosso direito de realizar um bom trabalho, com gosto e criatividade e sem tensões (internas). mesmo que as tensões externas existam, que as pessoas à sua volta estejam mais desequilibradas e que o tempo e os recursos existentes sejam escassos ou limitados, acho que podemos ser melhores, mais leves e ter um ambiente de trabalho mais prazeiroso e criativo se, pelo menos nós gostarmos do que estivermos fazendo e se nós estivermos inteiros naquilo enquanto estivermos realizando.
Nosso modo de ser conosco mesmo e com os outros também é um outro importante fator que ajuda na criação de um melhor ambiente interno (a nós) e externo, cuja propagação é benéfica a todos.

Quero fazer o melhor possível enquanto estou trabalhando e dessa forma sei que farei o melhor possível também quando estiver em férias.

Podemos ser melhores através do exercício das coisas boas, do cultivo dos bons hábitos !!?

Paz e felicidades profundas a todos,



quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Quem somos nós!?

09 de janeiro de 2007, 20:53hs



Estou ouvindo algo como sempre. Desta vez é "A conversation in the train" do album "Green Glass" do ótimo Tim Story.
É impressionante como eu gosto do estilo de música que êle faz. É tão calma, suave e instigante. Me faz muito bem.
Sou privilegiado por poder ouvir estas obras de arte. Eu agradeço e aproveito.

Sim, eu aproveito e busco meu proveito nas minhas buscas e vivências nesta oportunidade que me foi dada. Sou muito feliz com o que sou e com o que posso ser.
Mas o que é que eu posso ser nesta vida? Qualquer coisa que eu quizer?
Vamos ficar apenas com o extremo positivo.
Posso ser desde um atleta olímpico até um grande violinista, passando por um grande cientista ou um grande estadista? Acredito que sim, mas desde que começasse desde bem pequeno a ser educado e criado (ou habituado!!) a se comportar como tal e a aprender tudo que fosse necessário.
Acho que temos essa capacidade, mas também acho que dependemos de outros que estão à nossa volta quando somos pequenos e incapazes de sobreviver sózinhos.
Dependemos de nossas famílias e nossos professores até uma certa idade, digamos 15 anos só para termos uma premissa. A partir daí, poderíamos seguir por nossa conta em nosso desenvolvimento como ser humano.
Para onde iríamos seguir em nosso desenvolvimento? No que estamos interessados? De que somos capazes? São tantas as possibilidades que podemos facilmente ficar indecisos.
E é isso que acontece com a maioria de nós. Não sabemos bem o que escolher, o que buscar, que acabamos indo numa direção média da maioria.
Poucos são aqueles que conseguem seguir um caminho diferente daquele ditado pelo senso comum: escola, mais escola, faculdade, emprego, família, filhos, mais trabalho, ..., fim do trabalho, fim..., ou recomeço.

Não que seja um caminho errado, mas não é tão consciente assim, não é!? Mesmo assim, alguns de nós consegue "dar certo", ser "feliz", "ser bem sucedido", mesmo seguindo o caminho médio, tradicional, meio às cegas.

Por outro lado, é tão difícil de seguir um caminho diferente desse que é até difícil de pensar em alternativas.
Talvez alguns artistas, os religiosos verdadeiros e alguns desajustados, marginais da sociedade tenham tentado percorrer caminhos alternativos.
O que eles teriam em comum? Idealismo, força de vontade, forte motivação, visão clara do objetivo, vocação, forte crença em seus sentimentos, sua intuição?
São aspectos humanos que reconhecemos e já tomamos contacto em maior ou menor gráu, mas que não os usamos na plenitude que poderíamos.
Essas poucas pessoas acreditam num ideal (como se diz de maneira simplificada) e o buscam com uma persistência, força de vontade e uma
forte consciência de seu caminho a seguir.
De onde vem isso, meu Deus. Se eles têm, todos temos!
Por que para eles é tão claro, ou tão motivante? Parece que eles estão mais focados nos seus atos, no seu ser. Têm mais consciência de si mesmos, de suas características físicas, psicológicas, suas emoções, seus sentimentos, seus mêdos e desejos.
Parecem estar mais acordados na vida. Estão vendo melhor os caminhos a serem seguidos, as oportunidades que surgem no seu ambiente externo e interno.
Escutam melhor a si mesmos e aos outros. Conhecem-se melhor.
Mas por quê eles e não eu?!? Não sejamos trágicos, sejamos otimistas, positivos e, eventualmente práticos.
Se essa clareza de visão está ao seu alcance, então também está ao nosso, pois somos feitos no mesmo molde e do mesmo material.
Podemos não te-la de imediato, termos mais dificuldades, mas a possibilidade está lá para ser alcançada. Podemos fazê-lo, basta querer e dar os primeiros passos na direção.
Na direção do auto-conhecimento, da busca de nós mesmos. Colocar cada vez mais o foco de nossa consciência em nossos atos externos e em nosso mundo interno.
Buscar nossas raízes, nosso centro, nossa essência.
E isso é muito prazeiroso, muito gostoso, muito gratificante.
Aprendemos sobre nós mesmos com nossas experiências, nossos relacionamentos, nossos atos em geral.
Sempre que nos colocamos por inteiro, com honestidade e autenticidade numa situação estamos nos conhecendo melhor.
Basta sermos e acreditarmos no caminho. O primeiro passo é sempre o mais difícil.
Mas eu consigo, nem que demore algumas vidas.



Beijos fra-e-ternos,

domingo, 6 de janeiro de 2008

Algumas poucas palavras!

20:48hs, 06 de janeiro de 2008



Ouvindo a trilha sonora do "Good German". É do Thomas Newman, filho do Alfred Newman e sobrinho do Lionel e primo do Randy Newman. Nossa que família musical.
Gosto bastante de suas trilhas. São sempre belas e climáticas.

Hoje a Maíra achou uma cartinha que meu pai lhe escreveu quando ela completou 12 anos. Foi um daqueles achados que acontecem meio sem querer, no meio de mais uma
arrumação anual de seus pertences no seu quarto.
Ela leu novamente, gostou e mostrou para a Eneida e depois para mim.
Quando eu a lí, pude perceber claramente a alma poética e sensível de meu pai alí totalmente desnudada e alegremente explicitada naquele pedaço de papel.
Eram palavras de muito amor, muita alegria e pureza daquele ser humano que, naquele instante, estava em sitonia total com sua alma e, por isso, conseguia expressar todo seu amor e felicidade que sentia por seus netos e seu filho.
Em sua vida terrena ele poucas vezes conseguiu se expressar dessa forma com seus filhos, entes queridos ou semelhantes.
Foi preciso um pedaço de papel e uma data que lhe era importante para que ele conseguisse alcançar essa inspiração divina. Para que ele pudesse entrar em ressonância com seu eu interior e deixar que seu amor fluisse através de suas palavras.
Ele sempre gostou de escrever, embora nunca tenha conseguido realizar uma carreira ou mesmo um hobby nessa atividade. Somente em seus últimos anos de vida, quando começou a ficar mais interiorizado, foi que começou a escrever um pouquinho.
O fato de ter facilidade para escrever e gostar de atividades que mexiam com palavras, mostram para mim hoje que essa era um tipo de ação que era importante ser desenvolvida, era importante se aprofundar nela, pois ela lhe levava a suas profundezas mais puras e ternas.
Ela provavelmente o levaria a ter uma vida com mais paz de espírito, com mais auto-estima, com mais amor para dar, com mais felicidade.
Mais próximo do que sua alma desejava.
Ainda bem que, pelo menos durante algumas vezes, no fim de sua jornada ele conseguiu esse contacto especial com sua parte mais inocente e viva. Nesses momentos, tenho certeza, ele esteve em paz consigo mesmo e com o mundo.
Com isso eu aprendo a lição e reforço meu empenho em busca do caminho e das ações que me levam cada vez mais próximo da minha alma e da minha paz de espírito.
Meu pai teve sua chance atual e conseguiu expressar um pouco de seu amor por suas pessoas queridas e pela humanidade através de suas poucas palavras.
Vou em busca do meus instrumentos ou de minhas habilidades para realizar algo semelhante, mas quero buscar a partir de agora!
Pensemos um pouco nas coisas que mais gostamos de fazer, nas habilidades que sabemos ter e que sabemos que os outros gostam em nós. Aquelas que sensibilizam a nós e a todos.
Essas são nossas armas para levar a paz e o amor ao mundo, exatamente o que nossas almas desejam.


Amor refletido no sorriso e no olhar!!

abraços e beijos de paz profunda a todos,