domingo, 30 de dezembro de 2007

Um livro, um amigo!

11:10hs, 30 de dezembro de 2007



Acabei de reler Sidharta do Hermann Hesse. Foi a segunda leitura. A primeira foi feita lá pelos meus vinte e poucos. Não me lembro do que sentí na época. É um branco total.
Mas o que importa é o que sentí agora.
Hoje tenho o dobro da idade, portanto minha experiência de vida, minha passagem como ser humano neste mundo da gravidade, da inercia, dos mêdos e dos desejos, aumentou bastante.
Este ano foi para mim uma espécie de ponto de mutação. Estou me preparando para uma transformação possível. Mas, como tudo que faço,
esta também está sendo feita de maneira lenta e gradual. Sentindo os degraus, buscando os sinais internos e externos.
É como se estivesse me preparando para uma nova etapa que se aproxima. Por isso mesmo, já há alguns anos e mais intensamente durante este,
aumentei minha busca interior, minha carga de auto-exploração.
Sentí vontades claras e tomei ações diretas para me comprometer mais com essa busca de todos pelo significado maior de nossas vidas.
Uma das ações foi ter lido alguns livros especiais. Um dêl
es é esse que conta a estória de vida do personágem Sidharta. Ele é muito interessante para muitos de nós que estamos , no momento, buscando algo um pouco mais profundo na vida.

Sidharta é um filho de classe média-alta na Índia, na época do aparecimento de Gautama, o Buda.

Por isso mesmo, Sidharta tem uma educação cultural e filosófico-religiosa acima da média. Mas, ele próprio já é um indivíduo com um poder de aprendizado e curiosidade pelos mistérios da vida, acima da média. Ele está sempre buscando aquele algo mais que possa fazê-lo feliz, pleno, preenchido totalmente.
Começa sua busca, naturalmente, através da ações e dos hábitos adquiridos e impostos pela educação de seus pais. Por isso se torna um grande erudito na filosofia e na religião, sendo grande debatedor de conceitos filosóficos, gra
nde filho e amigo. As pessoas o adoram, ele é simpático e bonito. Pode ter grande sucesso com as mulheres e na vida profissional em geral.
Mas, sua ânsia de aprender é tão grande quanto sua ânsia de preencher seu buraco existencial. E nada de seu meio o satisfaz. Assim, ele sai para o mundo em sua busca pela completude.
Em sua trajetória tem a oportunidade de trabalhar seu orgulho, seus mêdos, seus desejos e, finalmente seu apego. Além disso, tem encontros e vivências com pessoas muito especiais, conhecidas ou não que o ajudam nesta trajetória.
É muito interessante o autor colocá-lo frente a frente com o Buda num curto mas muito elucidativo diálogo, onde o excesso de busca pelo significado abstrato das coisas, ou o excesso de inteligência é dito ser um problema, um entrave na busca maior.
Enfim, o livro finaliza de uma forma bastante satisfatória, agradável e, talvez até, um pouco surpreendente.
Esta releitura me fez encaixar algumas pequenas peças no meu quebra-cabeças pessoal. Ela não me levou ao meu Nirvana, mas me ajudou a abrir mais meus olhos e sentidos espirituais e a buscar um contacto maior com meu lado mais humilde e simples, deixando um pouco de lado minha parcela orgulhosa.

Bom, é isso! É apenas um livro. O importante é o nossa sintonia com seu conteúdo e seu papel como catalizador de ações.
Os livros podem ser muito importantes. Muito mais do que imaginamos.


Um bom ano a todos. Abraços fraternos.


2 comentários:

Unknown disse...

Olá ! Pedro !

Adorável ler suas colocações e melhor ainda é sentir sua lenta e contínua transformação. Você está caminhando rumo ao seu centro, e é só aí que podemos sentir a verdadeira felicidade. Mil beijos.

Desejo muita LUZ no seu contínuo despertar.

Eneida

Anônimo disse...

Amor e paz Eneida!

Pedro